Bites de bom-senso

Bites de bom-senso

Eu não vou consertar o seu computador!Por Julia Vidile da Revista Windows editora Digerati - Novembro de 2009
Programadores, desenvolvedores web, jornalista de informática, webdesigner, digitadores, engenheiros de TI, todos sofrem com o mesmo problema: “trabalham com computador”. Posso quase ver o risinho amargo que surgiu no canto dos lábios do leitor que sabe do que estou falando.
Os que não sabem provavelmente estão no outro extremo do espectro – são os parentes, amigos, vizinhos e passantes que nunca foram muitos além de entrar no Orkut, acessar pornografia e abrir qualquer anexo de qualquer email que venha bater na porta da caixa de entrada. Para essas pessoas, “trabalhar com computador” é uma expressão que desvela todos um mundo de possibilidades. Todas elas traduzidas pela simples sentença “assistência técnica gratuita”.
E não se trata apenas de instalar o eventual antivírus ou de ensinar pela milésima vez como se usa o winRAR – não, quem “trabalha com computador” é um Escolhido, que carrega consigo toda a sabedoria acumulada de 5.000 anos de tecnologia, do ábaco ao holograma tátil. Assim, não é incomum que lhe sejam solicitadas tarefas de ordem complexa como trocar baterias de celular, apertar o botão “ON” do monitor e até “dar uma olhadinha” na máquina de lavar (fato verídico).
Não apenas o profissional que “trabalha com computador” é onipotente, como também onisciente . Levante a mão quem nunca ouviu a frase “deu um erro aqui no meu computador”, seguido por um silêncio respeitosos no aguardo de um vaticínio, de um conselho nunca igualado sequer pela Pitonisa de Delfos.
Não à toa, o site ThinkGeek (http://bit.ly/xWh9), direcionado a quem “trabalha com computador”, criou uma camiseta que resume perfeitamente o grito engasgado na alma de todos esses companheiros de infortúnio:” não, eu não vou consertar o seu computador!”